Individualismo dentro de casa.

Em meio a discussões e incertezas me via acuado e despercebido, não bastasse ainda era imposto com obrigações de desejos paterno, dos quais nem ao menos era consultado, como sendo o melhor para meu futuro indefinido.

Ah, isso foi se tornando insuportável, dia a dia com imposições e cobranças, sem diálogo a fim de me conhecer, espaço para que pudesse falar e que alguém pelo menos ouvisse e tentasse entender a confusão criada em minha cabeça, que para eles parecia tão imatura e vazia.

Meus momentos se acalmavam quando me dispunha a ler, desenhar, descobrir afinidades com alguém que sentisse gostar um pouco de mim e desse o mínimo de importância para as coisas simples que me davam prazer, mas em casa certamente este alguém não existia, ou melhor, ainda não se deu conta.

Passaram-se muitos anos, a mesmice continuava e meus dias eram repletos de alternativas simples e melhores para minha vida, a minha cabeça, minha opinião ignorada por aqueles que mais conviviam comigo, mas sempre distantes e ausentes.

Percebi então que bem distante de tudo existia alguém, bateu a necessidade de me comunicar e procurei fazer. Escrevi, foi através de uma simples correspondência que descobri a solução, num primeiro momento parecia impossível, mas com o tempo foi amadurecendo, fui tomando providências e me larguei.

Sozinho, com o mínimo de recursos que consegui com a venda de coisas pessoais, coloquei o pé na estrada a procura desse alguém, que mesmo muito distante, percebeu que eu precisava falar e ser ouvido, de ajuda antes que enlouquecesse.

Não avisei ninguém, simplesmente fui.

Pensa no desespero que ficou em casa, sabia que iria provocar um terremoto, não tinha tanta certeza que seria a melhor ação, mas não hesitei, fiz o que precisava e sabia que quando se dessem conta não mediriam esforços para o reencontro. Mas, foi necessário.

As peças do quebra-cabeça ficaram em casa, que eles se dispusessem a monta-lo, foi montado, que bom. A paz reina entre nós. Foi um grito de alguém desesperado que se sentia ignorado, sozinho.

Preste atenção nas pessoas que estão ao seu redor, conheça o seu filho. Converse, escute.


Assim meio sei lá, entende?

Alguém acorda e diz pra você, hoje acordei assim meio sei lá, entende?

Na verdade se tentar entender exatamente, ao pé da letra, o que se lê, não tem muita clareza, mas permite perceber que algo não está muito bem.

Problema de saúde física provavelmente não é, caso fosse estaria dizendo o que não está bem, dor de cabeça, dor nas costas, dor de barriga, etc... Então, sugere uma indisposição certamente provocada pelo seu estado emocional. Quem é que não tem?

Um dos motivos que nos leva a se sentir assim é a ansiedade, algo que programamos que não aconteceu, algo que queria muito e não conseguiu ou alguém que esperava muito que não veio, e por aí vai. O motivo que certamente está fora do nosso alcance, pode ser no momento, mas a tal ansiedade, que todo mundo tem, uns menos e outro mais, nos provoca esse sentimento de insatisfação pessoal incontrolável, acontece e pronto.

Olha esse dia, para esta pessoa, provavelmente será o Óoh. Além da pessoa se sentir indisposta, com vontade de fazer nada, falta de vontade de conversar e até mesmo de responder o que lhe é perguntado, pode não sentir vontade de comer e o grau de irritabilidade pode transcender os limites e só arrumar confusão. Mesmo sabendo que ninguém ou pelo menos a maioria das pessoas, não tem culpa do seu problema, mas assim que acontece.

O melhor a fazer é ter calma, olhar a sua volta e refletir, quantas coisas boas você já viveu, agradeça. Quantas coisas boas à vida têm a lhe oferecer, olhe para dentro de si, você tem obrigação de ser feliz, caso precise de ajuda vá buscar, não perca tempo, ele passa e não volta mais, e quem perde é você, só você. Escolha viver, ser feliz e vá à luta!


Sonhar sempre, com camaro amarelo ou preto. Mas, arriscar com segurança, sempre.

Estranho, que cenário é esse, até parece um desmanche ou será um jardim, as peças são novas, o desmanche parece recém-inaugurado, enquanto o jardim desta tragédia, já faz parte do palco de muitos espetáculos.

O público, que não assistiu, se espanta com a cena, não tem como ser diferente, a máquina não é amarela, o sabor não é doce igual a caramelo, mas é preta, negra como um espaço fechado sem luz, sem sabor.

Ao contrário, o palco é iluminado e o tablado parece permitir a liberdade infinita, sabor de vida, mas não, é o retrato da cena numa noite fria e aparentemente tranquila, resultado certamente de um êxtase da liberdade sem noção, que em questão de segundos acabou assim, estraçalhado para todos os lados e com muita sorte, permite que os atores continuem.

O elenco inconscientemente hão de se perguntar, o que fiz com o cenário que tanto sonhei, e a minha máquina preta, o que certamente teria acontecido se o nosso anjo da guarda não estivesse de plantão? Por sorte o teatro estava vazio.

Quanta ignorância, sem respeitar o limite mínimo de segurança, acabou assim, um sonho destruído e apesar de sobreviverem às consequências virão e certamente não serão poucas e nem tão agradáveis.
Por sorte, neste dia não teve público, não encontraram alguém durante a peça, pois o espetáculo trágico poderia ser bem pior.

Mas, talvez, não seria bem vindo mais um ator fazendo parte desta tragédia? Na condição de justificativa, seria ele o causador? Felizmente não, assim  aconteceu.

Enfim, sonho destruído e futuro conturbado, quem deseja isso para si.

Portanto, não se deixe levar por momentos de satisfação duvidosos e inseguros, mentirosos.

Amar. Cuidar sempre.

As pessoas são como as sementes, que são plantadas e crescem como uma árvore na natureza.

Com uma visão bem simples é assim que a vida acontece. Claro que, em meio a ventos e tempestades, muitas não sobreviverão, mesmo sendo bem cuidadas. Algumas adoecerão durante seu percurso, as doenças também interrompem caminhos, assim algumas sobreviverão outras não, mesmo bem tratadas. Muitas delas que se curaram, às vezes não viverão tão bem, mas as demais “as privilegiadas”, aquelas que também sempre bem cuidadas, conseguirão completar o ciclo.

Assim percebemos algo muito importante, o quanto à vida é frágil. Jamais podemos descuidar, a qualquer momento algo pode acontecer, mesmo sem querer, sem se expor, uma vida poderá ser abalada, sensivelmente ou gravemente, por razões diversas e por vezes incontroláveis. Há que se preservar no sentido de se proteger, é preciso estar sempre cuidando, para aumentar a probabilidade de sobrevivência, viver bem. Logicamente não existe regra sem exceção, mas “cuidando sempre” diminuirá a possibilidade de ser atingida por "uma bala perdida" e até mesmo interromper, morrer antes de cumprir a sua jornada.

Lembrando, sempre que amamos, cuidamos.


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